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Projeto de escritor. To sempre de malas prontas pra lugar nenhum por que até hoje não achei casa alguma dentro de mim. (Pra saber mais, clique ali em Quem eu sou, à direita)
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domingo, 19 de maio de 2013

Rascunhos


Estava lendo esses dias o livro de poesias de Fabrício Carpinejar, Caixa de Sapatos, e acabei rascunhando algumas coisas. Não sei se são poemas, poesias, versos ou apenas frases soltas que vagavam pela minha mente.
No domingo que vem trago o capítulo final À Sangue frio. Enquanto isso fique com esses rascunhos amadores.


Sensações

É horrível.
Essa sensação, sabe?
Mundos se partindo, 
ligações se rompendo,
tintas descolorindo,
amor sendo derramado
em forma de sangue.

No meio

É a minha insônia.
Cansado demais para dormir,
inquieto demais para conseguir pensar,
transtornado demais para desistir.
Estamos no meio do nada, no meio do incerto,
do inimaginável, das situações impensadas,
dos momentos improváveis.

Lados

Onde ficara aquele amor que tu me deu?
Qual foi o vento que levou suas palavras? 
Por que ódio e amor são separados por uma linha tão tênue?
Estamos em uma batalha campal,
lutando por nossas almas,
protegendo nossos corações contra outras decepções.
Já abrigamos muitos arrependimentos passados,
já deixamos meio mundo de lado.
De qual lado você está?


Orvalho

Me perdi totalmente ao te encontrar.
Me perdi totalmente por te encontrar.
Só me resta rastejar e descansar nesse orvalho,
esperando pelo crepúsculo surgir 
extenuando minha escuridão.

Crença

Estou no meio de uma guerra química.
Estamos lutando por uma convicção jogada aos quatro ventos.
Estamos lutando por acreditar.
Essa é a nossa fome.

Habitat Natural

Está tudo saindo do meu controle.
Tudo está escapando pelas minhas mãos.
Menos meu vazio.
A gravidade me põe para baixo.
É abaixo do solo o meu habitat natural.
É entre minhas sombras
e dentro delas que eu me perco, e me acho.

domingo, 3 de março de 2013

Mulheres

As expressões femininas sempre me intrigaram. Eu nunca soube decifrá-las. Elas são um mundo a parte, como paredes de um labirinto em constante mudança, com pétalas cheias de cravos. Tão vulneráveis e tão fortes ao mesmo tempo, firmes como rochas, maleáveis como argila. Com seus sorrisos transparentes que transbordam mil sentimentos, embora escondam outras mil inseguranças. Por trás de cada olhar atento existe uma busca: do parceiro ideal, da situação financeira desejada, da tão esperada independência. Deveriam ser estudadas por cientistas, talvez esse sim seja o grande segredo do universo.
As mulheres comandam o mundo. As mulheres podem levar um homem à falência. Regem regras nessa nação, a moda, a beleza, a ditadura, a tendência, desde Helena de Troia, Cleópatra, Joana D’arc. Indivíduos tão perigosos, tão dissimulados, portadoras de mil e uma faces. Kennedy, Obama, Jesus, quem seriam esses homens sem as mulheres? Capazes de nos dar prazeres inimagináveis, trazer dores inacabáveis, musas para os poetas, inspiração para escritores, motivação para qualquer homem em qualquer idade. Diabos vestidos em vestidos que os caem tão bem, tão bonitas em suas curvas, sutis em seus traços, belas em seus defeitos.
Esses seres sempre regeram a minha vida, do princípio até hoje, comandando meus pensamentos, ações, ideias. Eu sou apenas um escravo da beleza de todas, encantado como uma criança que vê o céu pela primeira vez. Seres que nasceram para distribuir amor, aos maridos, aos filhos e aos netos, mas que se mostram tão resistentes a entregar esse sentimento, quando no fundo um dos seus maiores desejos é esse: ter a quem acolher, a se deixar levar, a partilhar o seu mundo.

Eu sou um tolo, um grande tolo em relação à essas criaturas divinas. Eu nunca saberei o que se esconde atrás de pequenos sinais, mas continuarei um pueril enfeitiçado pela sua beleza, por suas dores, sonhos e conquistas. Todas as mulheres da minha vida me encheram de certezas e então me cobriram de dúvidas. Cada mulher é um continente a ser desvendado, uma ilha de segredos, um universo paralelo de infinitas possibilidades.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Ensaios sobre a tristeza

Edgar Allan Poe morreu sozinho e bêbado. Ainda que fosse um bêbado, Poe sabia o que falava. Por vezes bebia álcool puro para curar sua melancolia. Porém, a sua melancolia o fez imortal. A mesma melancolia transborda em minhas veias e me mata um pouco todo dia. Ela me deixa embriagado e me faz um alcoólatra incurável. No meu caso, a tristeza é meu álcool e você é o motivo de tudo isso.
A solidão é uma droga e tanto, ela mata mais do que as guerras e as doenças. É uma morte não vista que não traz avisos. Morre-se todos os dias um pouco de cada ser humano só, mas continuam andando como zumbis pelas ruas procurando por retribuição. 
Não há como escapar, a tristeza atinge milhares todos os dias. A mesma melancolia que me atinge de manhã e permanece por todo o dia. É a mesma melancolia de Poe, mas espero não morrer como ele: bêbado e sozinho

domingo, 4 de março de 2012

Love Lockdown


Tantas vezes eu parei pra pensar e tantas vezes decidi nunca mais tocar nesse assunto. Qual? O amor. 
São várias as razões para não escrever mais sobre isso.. é algo clichê, difícil de entender, mas principalmente por se escrever usando apenas a emoção e não a razão. Relembrando memórias que saem de uma história cheia de arco-íris para ficarem tão preto e brancas em um texto. Provavelmente, a emoção mais primordial e nobre do ser humano, hoje em falta. Não usamos de razão, apenas somos levados por uma emoção. Quando o feitiço acaba, a realidade aparece. 
Porque perseguimos tanto isso? Porque queremos tanto isso? Porque somos dependentes de algo que pode mudar em tão pouco tempo? Porque esse sentimento se vai? 
Bom, eu não sei.. e é tão difícil achar respostas quanto mesmo achar razão em escrever sobre isso. Eu acho que isso é algo que ninguém nunca programou, mas acontece. Quando existe uma sobrecarga (a vida), a magia acaba, o encanto fica fraco e começamos a nos ver como seres humanos e não como pessoas que dependem uma da outra. E eu nunca saberei, até isso acabar, até perder o controle. Amor e suas causas. Amor e suas guerras perdidas. Amor e suas feridas. Amor, e seu refugo na bebida. Almas perdidas, almas tão sofridas. Almas pequenas, para um sentimento tão grande. Carinho, rosas queimadas. Beijos, com escarro. Abraços cheios de cicatrizes. E no final, tudo isso será perdido. Erros continuaram na memória, boas lembranças se tornaram em pesadelos e beijos, carinhos, serão esquecidos. Na verdade, esse texto será apenas mais um na série de decepções amorosas, junto a tantos filmes e músicas que falaram tanto disso e não conseguiram mudar o final da história. 
A grande verdade, é que não existe um final. Tudo isso se manterá vivo dentro de nós. Nas nossas ações, pensamentos e próximas decisões. Para onde vamos? Tão longe de onde estávamos.. somos tudo, menos o que eramos, andando nas ruas sem nos cumprimentar, como inimigos públicos, mantendo nosso orgulho tolo. Tínhamos tanto, para acabar com tão pouco? Onde isso acabará? Eu não estou pronto para a linha de chegada..