Texto primeiramente publicado no Raplogia, blog especializado em Rap no qual também irei escrever de agora em diante.
Take Care é o segundo álbum de Drake. Em si, ele é bem diferente do bem sucedido Thank Me Later, o seu álbum de estréia. Não é exagero classificar Take Care como um dos melhores de 2011.
O álbum começa com uma linha ousada e que provavelmente despertou raiva em muitas pessoas. Ao pronunciar: “I think I killed everybody in the game last year, man”, em Over My Dead Body, Drake se esquece de Kanye e My Beautiful Dark Twisted Fantasy, o melhor CD de 2010. A faixa é calma, com um piano que dá classe e contrasta com a voz feminina de Chantal Kreviazuk no refrão. A música lembra e muito Fireworks, a primeira faixa de Thank Me Later, com Alicia Keys, também contendo refrão cantado por uma mulher e um piano de fundo. Em Shot For Me, novamente aparece a coincidência. Karaoke, de Thank Me Later, segue a mesma linha, com uma letra sobre relacionamentos.
Em seu encerramento começa a intro de Headlines, que é a terceira e uma das melhores faixas de Take Care. Alguns jogos de palavra inteligentes e rimas rápidas exaltando seu estilo de vida, passando por assuntos como dinheiro, mulheres e sobre o momento que está passando. Crew Love sucede Headlines e é basicamente uma apresentação de The Weeknd. Com um começo lento e um refrão totalmente diferente, Drizzy aparece apenas no fim da música.
Take Care, a música que leva o nome do album, tem participação de Rihanna e um sample de Gil Scott-Heron. A música tem potêncial para single (e teve vídeo), porém decepciona um pouco.
Marvin’s Room/Buried Alive (Interlude) segue a linha de Shot For Me, com um certo destaque. No interlúdio, Buried Alive, aparece Kendrick Lamar, um dos melhores MC's dessa nova geração e dando um ar novo ao álbum. Underground Kings, um rap progressivo que traz vigor e mostra Drizzy com um flow diferente. We'll Be Fine passa um pouco desperecebido. As faixa Make Me Proud e Lord Knows tem as participações de Nicki Minaj e Rick Ross, respectivamente. E em Lord Knows, Drake tem seu melhor verso do álbum, rimando sobre as acusações de ser ‘suave’ demais e por cantar e também rimar, ele responde à altura e manda linhas de qualidade e supera Ross, em uma produção incrível de Just Blaze e um coral de deixar qualquer um com inveja fazendo um refrão clássico. Cameras/Good Ones Go (Interlude) é uma música que poderia ficar de fora do álbum, mas está lá para acrescentar e deixar o ouvinte no clima para Doing It Wrong.
Good Ones Go, o interlúdio é melhor que Cameras, que é uma música no estilo chopped and screwed. Doing It Wrong, uma das melhores faixas do CD e com participação de Stevie Wonder. Em The Real Her, Andre 3000 se sobressai, podendo ressaltar o fraco verso de Wayne. HYFR, com participação de Wayne também, mostra um Drake diferente com um flow rápido e que pode ser considerada uma das melhores do CD. Wayne não decepciona e manda um verso muito bom também, mostrando um certo entrosamento entre os dois. Look What You’ve Done poderia ficar de fora do álbum, que acaba com Practice, com certa referência à Back That Azz Up de Juvenile. Hate Sleeping Alone e The Motto são as duas bonus tracks, que poderiam ser incluídas no álbum.
Take Care não decepciona. Traz boas participações e tem uma produção de qualidade. Drake conhece seu público muito bem, e esse CD é pros fãs. Na primeira metade, Rap, na segunda, RnB. Para é fã ou aprecia seu talento, é um prato cheio. Para quem não gosta, algumas músicas podem fazer você repensar o seu conceito sobre ele. Entre músicas entre mulheres e seus relacionamentos complicados, Drake passa por outras onde fala sobre a fama, seus prós e contras. Gostando ou não, Take Care é um dos melhores álbuns do ano passado e não é um álbum para se deixar de ouvir.
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