Existem muitas dúvidas
das quais eu acredito que nunca chegarei a uma resposta clara. Há muitas coisas
que fogem do meu alcance. Esses dias estava pensando nisso, e de certa forma,
me assusta. O desconhecido sempre amedrontou o ser humano. Deve ser por isso
que temos uma tendência a ir contra a introspecção. Ela nos remete a perguntas
que nem sempre chegam com respostas claras. Conceitos, histórias, episódios
anteriores, passam pela nossa mente, quase que de forma despercebida, mas com a
força de um mar furioso quando acontecimentos negativos ocorrem.
Desde pequeno sou muito
introspectivo, era de uma timidez absurda, trocava poucas palavras, minhas
respostas eram curtas e quase sempre fui tachado de arrogante ou prepotente
quando comecei a ficar mais velho. Mas nunca mudei, aliás, por mais que me
cercasse. Em festas jamais me senti confortável, afinal, aqueles olhares todos,
todo aquele glamour, também não era de me dar bem em relação às mulheres nessas
ocasiões. Mesmo sentimento eu partilhava sobre academia.
Um lugar inóspito,
povoado por pessoas preocupadas apenas com o físico. Não que isso seja
hipocrisia, eu também me preocupo. Porém, sei do meu porte físico, acredito que
nunca ficaria tão forte ou ganharia músculos e massa tão rápido. Mesmo assim me
enganei por um tempo e fui afoito, como se a cada sessão, eu aumentasse um
pouco, quase um Hulk. Falava pro meu pai: “olha só a diferença”. Ainda que nada
mudasse, apenas na minha cabeça mesmo.
Mas acredito que sempre
me enganei com pequenas coisas, com amigos e expectativas. Uma série continua
de erros sem proporção. Por esse e outros motivos fui um recluso e acredito que
serei até o final da minha vida. Meu habitat natural é entre as folhas, no meio
das canetas, perdido entre anotações e livros rabiscados. Não sei ainda se é um
defeito meu. Entendo que não posso ir contra isso, é ir contra mim. É ir contra
o meu refúgio.
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