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Projeto de escritor. To sempre de malas prontas pra lugar nenhum por que até hoje não achei casa alguma dentro de mim. (Pra saber mais, clique ali em Quem eu sou, à direita)

domingo, 14 de abril de 2013

Queda Livre


Ninguém pode salvar alguém, não há como salvar outra pessoa. Podemos anestesiar a tristeza, contornar a solidão e até mesmo mascarar suas dores e medos. Mas não existe como fugir do que está claro. Somos seres sozinhos. Nascemos, vivemos e morremos sozinhos. Qualquer outra coisa é ilusão, apenas um doce disfarce, uma sutil mentira.
Tudo começa depois de um dia ruim, onde seus olhos se abrem em meio ao breu da noite e procuram encontrar algo, alguém, alguma coisa. O coração palpita, as mãos tentam encontrar algo para se agarrar. O travesseiro ao encontro do rosto já em lágrimas, As mãos nervosas refletem a ansiedade. Palpitação, suor, pânico, anseio. Onde estou indo? Quem eu sou? Quem eu fui? Estou vivendo tudo aquilo que eu deveria? O telefone se mostra a última esperança. Amigos, pais, namoradas, qualquer um serve. Ligamos e ninguém atende. Mesmo se atendesse em nada ou quase nada nos ajudaria. É uma queda livre. Queda livre de uma enorme cordilheira. Uma queda consentida, esperada, até mesmo necessária.
Caímos sem nos desmantelar no chão, que não deixa arranhões ou machucado exposto. Mero engano nosso, as dores aparecem ao amanhecer. A cabeça pesada, nosso mal-estar, meio zonzos, meio zumbis. Acordamos pela metade, a nossa outra parte ficou na péssima noite anterior.

Quando a manhã chega, o Sol parece não surgir com tanta intensidade, ainda que naturalmente já fosse capaz de nos acordar. Pensamos positivo: “foi apenas uma noite ruim”. É apenas isso: gravidade, ação e reação, lei da vida. Queda livre.

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