Ninguém
pode salvar alguém, não há como salvar outra pessoa. Podemos anestesiar a
tristeza, contornar a solidão e até mesmo mascarar suas dores e medos. Mas não
existe como fugir do que está claro. Somos seres sozinhos. Nascemos, vivemos e
morremos sozinhos. Qualquer outra coisa é ilusão, apenas um doce disfarce, uma
sutil mentira.
Tudo
começa depois de um dia ruim, onde seus olhos se abrem em meio ao breu da noite
e procuram encontrar algo, alguém, alguma coisa. O coração palpita, as mãos
tentam encontrar algo para se agarrar. O travesseiro ao encontro do rosto já em
lágrimas, As mãos nervosas refletem a ansiedade. Palpitação, suor, pânico,
anseio. Onde estou indo? Quem eu sou? Quem eu fui? Estou vivendo tudo aquilo
que eu deveria? O telefone se mostra a última esperança. Amigos, pais,
namoradas, qualquer um serve. Ligamos e ninguém atende. Mesmo se atendesse em
nada ou quase nada nos ajudaria. É uma queda livre. Queda livre de uma enorme
cordilheira. Uma queda consentida, esperada, até mesmo necessária.
Caímos
sem nos desmantelar no chão, que não deixa arranhões ou machucado exposto. Mero
engano nosso, as dores aparecem ao amanhecer. A cabeça pesada, nosso mal-estar,
meio zonzos, meio zumbis. Acordamos pela metade, a nossa outra parte ficou na
péssima noite anterior.
Quando
a manhã chega, o Sol parece não surgir com tanta intensidade, ainda que
naturalmente já fosse capaz de nos acordar. Pensamos positivo: “foi apenas uma
noite ruim”. É apenas isso: gravidade, ação e reação, lei da vida. Queda livre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário