Minha irmã e Porto Alegre
sempre viveram um caso de amor. A capital sempre a encantou desde nossas
esporádicas idas com a finalidade de visitar nossa avó. Vó Rita estava doente,
tomada do câncer e resistira por anos. Enfrentou o câncer em uma das mamas.
Depois foi a outra mama que estava com células cancerígenas. E então se
espalhou por todo o corpo. Lembro-me de nossos passeios pela Redenção e aos
shoppings. Na época, um menino ainda, ficava abismado com aquele monumento de
três andares, escadas rolantes e salas de cinema enormes.
No meio de 2006 – ou 2007,
não lembro bem agora -, ela se mudou com uma amiga para lá. Alugaram um
apartamento, começaram a estudar para os vestibulares lá e iniciaram a vida
adulta. Publicidade era o que ela queria. A amiga, Farmácia. Após dois anos de
estudo, a amiga de minha irmã passou. O curso técnico em Publicidade foi a
oportunidade que minha irmã encontrou após insistentes tentativas frustradas.
Ela cursava de noite, trabalhava de dia e ainda encontrava tempo para estudar.
O objetivo eram as federais, de preferência, a UFRGS.
Na minha memória ficaram
as cenas de minha irmã e eu inventando coisas. Coisas simples, quase sempre
algo intangível. Eram brinquedos, tínhamos grande imaginação. Tivemos uma
infância boa. Por certo tempo pensei em cursar Publicidade assim como ela.
Achava legal saber usar programas como Photoshop, edição de vídeos, desenhar e
etc. Ela seguiu com a ideia e eu não sabia o que escolher. Ela se decepcionou
com o curso e com o mercado. Pensou em voltar para a casa. Eu escolhi o
Jornalismo em 2011.
Hoje vejo que não errei.
Ser publicitário não é pra mim. Recentemente estive em uma oficina de storytelling. Esses termos como case, branding, marketing me confundem.
Já pensei em ser ilustrador de uma agência, mas não faria sucesso. Quando vejo
o filme Beginners – obra onde o
personagem principal é um ilustrador frustrado em uma agência -, me pego
pensando se não seria eu aquele lá caso tivesse optado pela Publicidade.
Na mesma oficina de storytelling foi passado a realidade do
mercado. Está saturado. Tá difícil pra todo mundo. O publicitário convencional
dos anos 80 e 90 está ultrapassado. Venho visto muitas críticas na forma com
que as agências vêm lidando com o mercado e clientes. O modelo se estagnou e as
pessoas estão engessadas pelo que foi passado nas últimas duas décadas. Quem
sabe eu faria sucesso como publicitário nos anos 80 ou 90 quando precisavam de
um ilustrador. Hoje não, somente nostalgia por minha parte.
Tem resenha minha no Raplogia, é só clicar aqui.
O jornal Unicom também pode ser lido online, clicando aqui. Lembrando que tem conto meu, inclusive postado já anteriormente no blog nesse link.