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Projeto de escritor. To sempre de malas prontas pra lugar nenhum por que até hoje não achei casa alguma dentro de mim. (Pra saber mais, clique ali em Quem eu sou, à direita)

domingo, 13 de outubro de 2013

O tempo

  

              Por um momento eu contemplo a luz cintilante que passa entre pequenos espaços deixados pela cortina. Há uma sensação de que algo se aproxima. Não é mais do que uma sensação, mas provoca certa angústia. Angústia esta que pode se transformar em decepção. Não existem caminhos por onde percorrer e se isto que chamamos de destino está regendo as nossas vidas, resta-nos somente esperar para que o círculo se complete. Eu olho para o relógio de pêndulo encostado na parede instalado desde os primórdios na minha família e espero-o ansiosamente por algo que não sei o que é.

                Não saberia dizer com maestria o que sinto. Somente dar uma explicação genérica de que estou cansado. Não saberia também responder se estou cansado por não saber o que sinto ou não sei o que sentir pelo estado de cansaço. Mentes ligadas e dias abertos em meio aos problemas que afugentam meu sono. Madrugadas inteiras com as luzes acesas. Este sórdido momento em que a minha mente não está em sincronia com nada. Desnorteado. Pela espera, pela rotina, pelo tédio e a depressão que me assola ao sol cair. Sentimento este que partilho pela falta. Só em poucas ocasiões isto se mostra. Principalmente quando se está apaixonado. Outro sintoma é escrever compulsivamente coisas inaudíveis que nunca iriam sair da mente, nem mesmo de nossas bocas fadadas ao gosto da amargura destes longos dias de espera. Gravidade, me acuda pois estou caindo.

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