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Projeto de escritor. To sempre de malas prontas pra lugar nenhum por que até hoje não achei casa alguma dentro de mim. (Pra saber mais, clique ali em Quem eu sou, à direita)

domingo, 15 de setembro de 2013

Alegria

Deixa por aí. Coloca em qualquer lugar. Entre a cabeceira de madeira ou nos livros da estante de ferro da parede. Esconde entre a poeira dos papéis e a melancolia ao lado dos meus desenhos. Por mim tanto faz. Já fiz tanto que agora tanto faz. Escolhe onde querer colocar, pois pra mim, tanto faz. Já não importa há muito tempo. Sem graça. Esse quarto já esquecido, escurecido onde tudo eu organizo a minha bagunça. Não tem jeito mesmo. Já tive tempo, hoje não tenho. Nem por isso era diferente. Mas pega um café. Açúcar ou adoçante? Entra pra ver. Entra pra enxergar o meu mundo. Aconchega-te entre os meus lamentos e a cadeira velha que range ao mexer para os lados.
Olha os discos tão parados. Tão solitários a espera de um ‘play’. Ó os brinquedos. Cansados, pensativos, já se foi o tempo deles. Que nostalgia. Antigamente isso parecia bem mais familiar. Antigamente isso nem parecia um quarto. Era parte de mim. Parte essa feliz. Hoje virou meu muro de lamentações. É a válvula de escape. Catarse. Como eu queria que não fosse assim. Poderia valer, ser menos ‘tanto faz’. A gente cansa de quem escolheu ser e ter ao seu lado. Essa exaustão causada pelo desgaste natural que o tempo traz a tudo aquilo que é nosso. É isso. Nós cansamos de ser feliz. Colocamos em qualquer lugar. Mas não importa mais. Tanto faz. Ficou pelo caminho. Como tantas outras coisas ficaram a frente da minha alegria. 

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