Você me deixou com
todas as rosas na mão, esperando do lado de fora da casa como uma carta fora do
baralho. As rosas que eu te dei, as rosas que te daria, que hoje perderam seu
aroma, espalhadas pelo meu quarto escuro.
O que eu farei com
elas? Já que você não as quer, só me resta me desfazer dessas lembranças
incomodas.
Pobre vida as das rosas. E então eu irei dormir
mais outro dia com elas nas mãos e com um coração partido. Tudo o que me
deixastes fosse isso, e é nisso que eu me apego mesmo que a cada dia morram um
pouco mais.
Elas simbolizam a
gente, o que éramos e o que hoje somos, o nosso reflexo, o reflexo do nosso
amor. Tão mortas, tão bonitas, tinham uma vida inteira pela frente. Elas estão
prontas para enfeitar um funeral.
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