A vingança nunca vem de repente, não
pra quem aplica. Ela se divide em etapas, primeiramente são os pequenos golpes,
quase imperceptíveis, depois se torna mais nítida, mas se camufla e ainda assim
é passada quase despercebida. E então amigo, é a fase final, a chamada ‘etapa
do desespero’ e ligado a isso vem o golpe final.
Por isso eu gosto de vinganças, elas
são orquestradas milimetricamente, pensadas e deixadas em segredo até o momento
que será posta em prática.
É
algo que me lembra dos espetáculos espanhóis de touradas. O toureiro esconde a
espada, ele quer que o touro venha, ele precisa desferir o golpe, mas trata de
se manter calmo e imóvel, esperando apenas o primeiro passo do animal. O touro
nem desconfia, ele acredita que vai acertar em cheio o humano e levantá-lo. A
arrogância do bovino será transformada em sangue e a glória vai chegar àquele
que esperou tanto, calculou os segundos e escondeu o jogo tão bem. É
simplesmente um espetáculo tão nobre e lindo que mostra a superioridade dos
seres humanos, ainda que existam alguns moralistas que não sabem nada de cultura
falar que é um massacre contra os animais. Esses não entendem nada de touros,
não entendem nada de soberba e muito menos de vinganças.
As vezes vejo touradas e fico pensando
em como as coisas que estamos ligados repetem a vida. E o bom é que a vida
propicia esses momentos de ajustes de contas. Basta estar disposto, afinal a
vingança está sempre esperando por você,
implorando pelo caos orquestrado, pela justiça feita com as próprias mãos. Por
isso eu sempre estou com a minha espada escondida, esperando a hora do golpe
mortal.
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