Frank passou a mão pelo ombro dela.
Confortou-a com um abraço e falou: ‘tempos difíceis são assim mesmo, querida’.
Ela o chamou de Frankie, relembrando o tempo de namorados de colégio. Frank
assentiu e abaixou a cabeça, deixando espaço para o silêncio discursar entre
eles.
Não havia o que falar. As lágrimas já
tinham rolado e não existia alguma palavra possível para dar a sensação de paz
à ela. Ele se sentou ao lado dela e ambos dividiam olhares para o horizonte que
ensaiava um tímido sol. Foram minutos, horas ou até dias parados comtemplando o
sol se por no vasto céu azul. Não trocavam olhares, apenas pequenos afagos e
sempre com as mãos dadas. Mãos tão firmes que pareciam rochas. Tão juntas que
algemas invisíveis pareciam prender a mão suave de Laura e a calejada palma de
Frank. A liberdade os prendia, ainda que os deixasse soltos para partir, ainda
mais em tempos tão difíceis como aqueles.
Quando adolescentes fizeram a promessa
de nunca abandonar o outro, e estavam cumprindo isso. Vai ver isso era
idiotice, vai ver isso é amor. Não tem como definir, só sei que fidelidade
teria uma definição a mais no dicionário depois desse episódio.
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