A chuva cai lá fora. É o segundo dia
seguido que só chove. Por isso quase não saímos de casa, no máximo, nos
limitamos a idas ao supermercado. Acabei por vez me confinando ao conforto
dessa casa, que para mim, ainda é estranha. Ainda não me sinto confortável na
hora de dormir, não é das mais organizadas, mas convenhamos, é uma casa de
praia, não se pode esperar algo parecido com um hotel 5 estrelas.
Por estar longe do conforto de casa e
das redes sociais, o que me resta são boas leituras, música no celular e a
companhia dos meus pais e da Mel. Por falar nela, essa pequena cachorra tem me
ensinado muito. Versátil, ela se adapta e adota qualquer residência como seu
lar desde que seus donos estejam com ela.
Tem chovido demais. O que me resta, é
viajar. Sim, viajar. Fazer uma trilha introspectiva, caminhar pelos meus
sentimentos e se aventurar pela minha selva de assuntos pendentes. E essa, tem
sido a viagem mais emocionante e difícil de ser percorrida. Nos meus poucos 19
anos de idade, eu nunca tinha ido tão fundo quanto agora. É como mergulhar em
um mar profundo, percorrer um interminável deserto, caminhar por um campo
interminável, onde não é possível ver o horizonte. E para isso não existe táxi,
avião ou ônibus, é apenas para mochileiros.
Por me restar apenas a vista da
janela, eu me recolho e olho para dentro, dentro de mim. Em busca de algo que
eu não sei, que não conheço. É preciso ser um desbravador, ter a coragem de
Napoleão e a astúcia de Simon Bolívar. Essa viagem pode durar a minha vida
toda. Talvez eu ache algo, talvez eu não encontre nada. Pode ser que eu me
decepcione com o que encontrei, pode ser que não. De qualquer forma, eu estou
embarcando e sem previsão de volta.
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