Excelência. É a palavra que mais me vem à cabeça nos últimos dias. Assim como é a que eu mais escrevo e penso nesses já ditos. Não posso negar que enfrento uma crise de identidade. Mas, o mundo enfrenta também e então porque eu não também?
Eu tenho vivido dias difíceis. Talvez eu realmente esteja crescendo e vendo como minhas decisões afetam as atitudes das pessoas e o quanto isso pode machucá-las. Eu tenho aprendido com ex-namoradas, mendigos e com o que for possível, como uma grande esponja que absorve tudo que é informação. Tenho vivido entre dilemas e entre fazer o certo e o que quero. E entre esses paradoxos, eu erro e me acho, assim como me perco. Eu sigo os fatos, mas talvez os fatos me sigam e fazem eu ser a pessoa que sou. Eu tenho aprendido entre corações quebrados: entre os que eu quebrei e quantas o meu foi quebrado.
E no meio de tudo isso, eu procuro a excelência. Mesmo que não exista eu a procuro. Talvez eu nunca ache, mas e daí? É a minha busca incessante e doentia por algo que eu nunca chegarei perto, mas eu devo tentar ao invés de morrer como um mero inútil.
Eu procuro ser a excelência em tudo que faço. Em ser o estudante excelente e a excelência como trabalhador, filho e companheiro. E porque não também, mas também como futuro escritor e escritor desse mero momento. Porém, existem mais inimigos do que fatores colaboradores para que tudo isso ocorra. Eu nunca serei tudo isso. Não ao mesmo momento. Não em plenitude. Então, eu estarei em busca da plenitude como ser humano ou a excelência? Não importa, afinal, seria mais uma coisa para seguir. E existe tanto por começar para ser algum dos dois que talvez eu passe mais tempo na procura incessante por ser do que no estado do mesmo. Tantos livros para ler, filmes para olhar, álbuns para se ouvir e eu aqui, escrevendo. Tantas palestras, artigos, novidades e informações que ao mesmo tempo em que trago meus pensamentos aqui, são perdidos no vazio de um casa que não é lar.
Em meio à 800 visitas, vejo que mais da metade são apenas cliques aleatórios, me fazendo repensar o modelo de blog que quero ter. Mas se números não mentem, isso seria uma exceção, certo? Mas se eu sigo a excelência plena, isso seria apenas uma desculpa. Ou seria a grande verdade de que não conseguimos atingir todas as metas ao mesmo tempo. E entre seguir e seguidores existem coisas que não devemos realmente procurar achar razões ou fazer esforços para ser o máximo possível do que se pode ser enquanto ser humano.
Porém mais do que a excelência e plenitude tão perseguidos por mim, antes de tudo sou filho, trabalhador, estudante, escritor e ser humano. Filho vindo de uma casa, não de um lar. Pois uma casa não faz um lar. Paredes nunca serão o bastante para quem não teve afeto paterno e materno. Também sou trabalhador e nesse caso, devo ressaltar: longe da excelência, mas com muitos projetos e pretensões. Estudante, também, longe da excelência, mas à caminho disso tudo. Escritor, diga-se de passagem, amador, mas com qualidade. Não vou negar e dizer que tenho um dom, mas a repetição traz a melhoria a cada dia, e um dia talvez eu consiga a excelência. E ser humano, mais do que nunca, longe, muito longe da excelência e plenitude. Não por não querer, mas talvez isso faça parte da natureza do ser humano. Não ser perfeito. Ou não seguir tudo à risca como devemos. E por mais que eu me esforce, talvez eu nunca seja 10% que meu pai foi, mesmo que muitas vezes eu o odeie. Ou provavelmente eu nunca serei tão generoso e me entregarei por completo, trocando tudo aquilo que quero, por tudo aquilo que devo, como minha mãe. Nunca serei tão responsável quanto filho como minha irmã é, pois ela nunca foi tanto assim também.
E além de tudo, eu também sou o estudante que repetiu e continuou a estudar. Sou o ser humano que sofreu e ainda sofre de depressão, e talvez sempre sofrerá. Superando ela de tempos em tempos. E sempre serei aquele cara que tu nunca vais dar a mínima, mas não se importa com isso.
Por isso admiro quem faz boa música. Quem faz música com excelência. Por isso acho Mr. West um gênio, por ser produtor, cantor e estilista, por excelência. Por isso, respeito Drake pela excelência nos refrões. Assim como respeito a excelência de Nas nas rimas, Pac pelo excelente ser humano que foi e todos os jornalistas pela excelente dedicação.
Mas antes de tudo sou filho, estudante e ser humano. Por isso sempre estarei em busca de algo que não acharei, mas que sempre procurarei. Talvez esse texto seja excelente. Ou talvez seja apenas um amontoado de linhas confusas. Talvez eu nunca saberei isso ao certo. Talvez eu procure não saber e apenas procure por achar excelente. Um mutante, em excelência.
Um comentário:
Um dia eu li que a perfeição é o maior desejo e o maior temor de todos. Porque tu sempre procura por ela, mas se um dia tu alcançá-la, tu não vais ter mais um caminho a seguir. Já estarás no topo. E depois do topo, só se tem a descida. E esse paradoxo é bonito pra caralho, porque todo mundo acha que a perfeição é o prêmio, mas o caminho é o que vale a pena. Portanto, never stop walking, Johnny Walker.
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