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Projeto de escritor. To sempre de malas prontas pra lugar nenhum por que até hoje não achei casa alguma dentro de mim. (Pra saber mais, clique ali em Quem eu sou, à direita)

sábado, 14 de janeiro de 2012

Emptiness



Hoje eu acordei vazio. Vazio de idéias e planos. Vazio de sonhos e pensamentos. Nós vivemos a nossa vida toda passando por coisas vazias, sem deixar marcas. Nós passamos a vida toda procurando coisas que no final, não contam. Nós procuramos tanto por tantas coisas que no final, nós nos perdemos. Vivemos uma vida fútil, constituída por conquistas vazias, amores que deixam cicatrizes e sonhos que nunca viram realidade. Vivemos em uma direção só, em frente.. em direção a morte. Nós não ganhamos. Apenas perdemos. Perdemos tudo. Nossa juventude, nossa alegria e nossa ingenuidade. Perdemos amigos. Perdemos amores. Perdemos nossas vidas, que escapam entre nossos dedos sem nem percebemos. A cada dia que passa, nós morremos aos poucos. Perdemos. Perdemos a oportunidade de nos calar, a de nos expressar, a de nos manter intactos. Conquistamos casas, mas não formamos lares. Vestimos roupas caras mas não temos nada por baixo delas que nos sustente. Usamos jóias que brilham, pois não temos brilho próprio e por procurarmos luz. Estamos na busca incessante por dinheiro e perdemos tempo. Passamos horas conectados à redes sociais sem percebem que passamos batidos, sem ninguém se importar com o que pensamos, falamos ou onde estamos. Passeamos por lugares que nunca voltaremos. Tiramos fotos que irão se perder ou amarelar. Passamos a nossa vida toda negligenciando nossos pais para quando nos tornar pais, vermos o quanto dói a indiferença. Nós somos controlados pelo governo, pela mídia e pela sociedade. E ainda temos a doce ilusão de que somos livres. Somos prisioneiros de conceitos e de nós mesmos e de nossos medos.
Hoje eu acordei frio, pois eu vim de um lar quebrado. 
Eu vim a contra vontade, pois se eu soubesse que as coisas eram assim, eu não teria nascido. Acordei sem sentimentos, repassando a minha vida toda e eu vi que nada disso realmente importa. Nós vivemos em uma eterna espiral sem saída, que nos levará a apenas um caminho: o cemitério. Temos a idéia de que essa espiral é um lindo arco-íris e que podemos ir para todos os caminhos possíveis e novamente nos vemos enganados. E nada, nem mesmo um texto ridículo como esse mudará o rumo que as coisas tomaram, pois amanhã mesmo iremos esquecer tudo aqui dito. Iremos estar bebendo bebidas coloridas, de nomes estranhos. Entraremos em um bar com bebidas cheias e pessoas vazias. Todos nós morreremos. Todos nós iremos nos decepcionar e isso ainda irá nos matará. Não cheguei a conclusão se morremos ou nos suicidamos. Vamos ao pouco nos sufocando e engolindo o nosso próprio veneno que delicadamente é colocado em nossas gargantas.. Uma mistura de ódio, com frustração, juntamente com decepções e sonhos que não viraram realidade. Inveja, precipitação, vontade, má vontade, expectativas frustradas, medo, orgulho, realidade, indiferença e tristeza. E o modo que vivemos, encurta ainda mais isso. Estamos vivendo um homicídio coletivo. Morreremos por causas que podem ser conceituadas de tudo, menos nobres. Lutando por dias melhores que não virão, pois tudo isso é apenas uma ilusão.
Enquanto isso caminharemos pelo vale da decepção, nessa eterna espiral que nunca acabará. Nós morremos. Uns antes, outros depois, mas sem mudar o destino, todos vão... todos vão.

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