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Projeto de escritor. To sempre de malas prontas pra lugar nenhum por que até hoje não achei casa alguma dentro de mim. (Pra saber mais, clique ali em Quem eu sou, à direita)
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domingo, 3 de junho de 2012

O que mais ser fazer


Outro dia alguém me acusou de não saber perder. 
Aí está uma injustiça atroz e revoltante.
Se existe alguém que sabe perder nessa ponta do Brasil, este alguém sou eu.
A toda hora estou perdendo, perco todos os dias, para todo mundo, nas mais variadas circunstâncias.
Logo, posso me gabar de ser um ótimo perdedor.
Raríssimas são as pessoas que me vencem numa disputa para decidir quem perde mais.
Sei disso porque estou cercado de vitoriosos, de campeões, de sabichões.
Eu aqui, nessa minha platitude, tenho de me contentar com escassas vitórias e façanhas que outros tantos já cometeram.
Por esse motivo, as valorizo.
Vibro com elas.
Ganhei uma! Ganhei uma! Mas não me exibo muito, por saber que, logo ali adiante, vou perder outra vez.
Aliás, já aprendi que só venço eventualmente porque perdi frequentemente.
Às vezes alguém me vê sorrindo e pensa que a alegria é fruto de petulância.“ É um convencido!”, conclui.
Lembro de uma vez, quando de minha primeira passagem por Zero Hora, que uma diagramadora olhou para mim e resmungou: – Tu deves ganhar muito bem, não é? Porque estás sempre rindo.
Mas é o contrário! Estou sempre sorrindo porque sei que poderia ser pior.
Contento-me com as alegrias baratas da vida.
Alguém que sabe que derrotas são sempre iminentes fica feliz com pequenas vitórias.
Isso em todos os campos, mesmo nos que me despertam o mais rútilo interesse.
As mulheres, por exemplo, são muito boas para ensinar a lidar bem com a rejeição.
Para efeito de ilustração, tomemos um tempo em que eu sorvia total descompromisso emocional.
Digamos que me interessasse por uma mulher diferente por dia.
Não é um número exagerado.
Há muitas mulheres interessantes por aí.
Isso não significa que você esteja apaixonado, nem que anseie por ter um romance explosivo com ela.
Não.
Trata-se apenas de uma consideração.
Você olha para ela e cogita das possibilidades, Será que posso me dar bem? Essa mulher poderia se repoltrear e se refocilar comigo? Então, se ela emite um mínimo sinal, qualquer coisa, pode ser um olhar veloz em que cintile uma réstia de contentamento, bem, aí você faz uma minúscula tentativa, qualquer coisa também, diz uma gracinha, só para ver se ela sorri de volta, se existe uma única chance.
E, neste caso, isso, apenas isso, o sorriso que volta, esse sinal ínfimo já pode ser considerado uma vitória.
Não que você ache que vai dar certo, nada disso.
A vitória se dá tão- somente porque não foi uma derrota.
Quer dizer: você não foi rechaçado de pronto, ela não despreza você, EXISTE UMA CHANCE! Mas, voltando aos meus tempos de descompromisso total, tenho de admitir que esse sinal de retorno não acontecia amiúde.
Dava- se, digamos, uma vez por semana.
Isto é: de 30 tentativas mensais, eu obtinha sucesso em quatro e, dessas quatro, talvez uma prosperasse (se tivesse sorte).
Em um ano, portanto, eram 353 derrotas e 12 vitórias, em média.
Um homem que passa por isso se ceva na rejeição.
Ele sabe que a cidade está cheia de mulheres que o desprezam ou que o consideram insignificante.
Talvez até o ridicularizem à socapa.
Assim, se você conquista uma vitória, uma só, ela tem de ser comemorada.
Urge convidar os amigos para um chope cremoso.
O que quero dizer é que a rejeição e o fracasso não me roubam o bom humor.
Estou acostumado com eles.
Mas vejo que a maioria das pessoas não está.
A maioria das pessoas é vencedora.
Elas têm excelente opinião sobre si mesmas e, se sofrem um revés, se abalam, se entristecem.
Ou ficam revoltadas, como o Felipão.
O Felipão, quando perde, se queixa do juiz.
Vê conspirações em cada canto do vestiário.
Acontecia antes, quando ele estava no Grêmio, acontece agora, quando ele está contra o Grêmio.
A derrota nunca está nele, está sempre fora dele.
É a inconformidade dos vitoriosos.
Que inveja deles.


Texto de David Coimbra.
Link: 
http://wp.clicrbs.com.br/davidcoimbra/2012/05/29/o-que-mais-sei-fazer/?topo=13,1,1,,,13

domingo, 29 de abril de 2012

Profissão Repórter: Primeira entrevista

Comecei há um mês na Agência A4 - Agência Experimental de Jornalismo na UNISC/RS, universidade onde estou estudando desde o começo do ano.
Minha primeira experiência como jornalismo se deu com a entrevista de Juarez Tosi, jornalista ambiental e que na integra colocarei a entrevista.
Espero que gostem:


“O principal é a conscientização”, diz Tosi

POR FREDERICO SILVA 



23/04/2012 
Juarez Tosi é jornalista, editor da Ecoagência, e referência no Jornalismo Ambiental brasileiro. Na última quarta-feira ele foi entrevistado pela Agência A4- Núcleo de Jornalismo. Por telefone, durante aproximadamente 10 minutos, o autor do livro Santuários Ecológicos, respondeu perguntas sobre ecologia e sua profissão. Para Tosi, o fundamental é checar os dois lados do fato, independente de se tratar de jornalismo ambiental ou de qualquer outra área. Confira o resultado dessa conversa:

FS: O que é jornalismo ambiental?

JT: O Jornalista consiste em fazer a cobertura de um assunto ou evento de um ângulo social de questões em relação a catástrofes, mas também tem a função de educador. Ele traz a informação olhando o problema ou situação pelos dois lados, as duas faces que existem, sempre com o intuito de educador.

FS: Como é cumprir uma pauta que envolve ecologia/meio ambiente?
JT: Uma pauta ecológica se dá do mesmo jeito que qualquer outra pauta política, econômica ou esportiva. O que diferencia de outro tipo de pauta é a sensibilidade para enxergar os dois lados. Se todas as áreas se preocupassem com isso, vendo o problema pelas duas faces, as coisas seriam mais simples. O principal é a conscientização.

FS: Qual é o preparo que o jornalista deve ter ao se envolver com assuntos ambientas?
JT: O jornalista precisa de conhecimento para falar sobre um assunto. A internet facilita muito isso. Por exemplo, quando eu comecei como repórter em 1979, nós pesquisávamos em arquivos de jornais, livros e etc. Hoje em dia é apenas procurar por 'Banhado do Taim, de Rio Grande’, e se encontram muitas informações sobre o assunto. Então, o principal é se informar antes do assunto que irá ser abordado.

FS: Há quanto tempo trabalha com o jornalismo ambiental? Já sofreu alguma ameaça?
JT: Comecei como repórter em 79, cobrindo a área de esporte. Depois fui para a Zero Hora, em meados dos anos 80, onde comecei a ter interesse por essa área. Naquela época estava muito na mídia e havia muita preocupação com a questão da Camada de Ozônio. Outro assunto que me chamava atenção era o desmatamento, que me tocaram muito e me fizeram optar por essa área. E sobre a segunda pergunta, nunca fui ameaçado. O mais próximo disso foi quando tentaram evitar a publicação de uma matéria. Isso ocorreu quando estive na Zero Hora. Fui cobrir uma reportagem em Canela, sobre uma madeireira, e o dono da mesma ligou para a Zero Hora e perguntou se eu havia visto os dois lados da história. Mas como eu realmente cobri e dei espaço aos dois lados, a matéria pode ser publicada.

FS: O que o jornalismo pode fazer pelo meio ambiente e por consequência, influenciar na vida da sociedade?
JT: Pode mostrar ao ser humano como ser mais saudável e o como dependemos da natureza, conseguir mudar o jeito que vivemos a vida. A participação é na construção da sociedade, sendo transparente, mostrando os dois lados, alheio à interesses que existem. Como, em um empreendimento, onde se olha apenas para o lado econômico e se esquece do lado ecológico, dando atenção apenas ao lucro.

FS: Como a usina de Belo Monte?
JT: Sim. Existem vários exemplos, até mais perto do que achamos. Aqui, em Barra Grande, onde o plantio de Araucárias estava sendo afetado. O principal é tornar a informação transparente.


Link da matéria no Hipermídia: http://hipermidia.unisc.br/a4//index.php?option=com_content&task=view&id=1954&Itemid=26