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Projeto de escritor. To sempre de malas prontas pra lugar nenhum por que até hoje não achei casa alguma dentro de mim. (Pra saber mais, clique ali em Quem eu sou, à direita)

domingo, 17 de junho de 2012

Eu não sei encerrar ciclos.



                Eu não sei encerrar ciclos. Eu não sei como acabar algo. Eu não sei como sair amistosamente em uma relação. Eu não sei como encerrar relações, como sair de algo e deixar uma imagem positiva.
Não sei sair sem brigar, sem trocar acusações, sem demonstrar algum sentimento de revolta ou raiva por algo que aconteceu ou até que aconteceu, que deveria ter acontecido de outro modo. Eu não sei e nunca vou saber esconder meus sentimentos, meus desejos mais profundos. Eu nunca saberei como reagir em situações onde tudo o que eu gostaria era fazer o que se passa na minha cabeça.
Eu nunca saberei controlar ou medir palavras quando deveria agir corretamente. Bancar o politicamente correto não é comigo. Eu nunca soube como disfarçar algo. Eu nunca soube como fingir algo que é tão transparente e transcorre por meus hábitos. Não existe em mim um manual de como encerrar as coisas. Por isso eu deixo as coisas pela metade. Talvez seja por isso que eu esteja pela metade.
Eu nunca soube o quanto minhas palavras machucariam as pessoas ou o quanto elas mudariam as relações entre elas e eu. Relações conflituosas, dificuldades de se expressar. Não traduzir desejos. Ter impulsos e depois se arrepender. Eu preciso me mexer. Não posso manter isso e a mim também.
Por isso continuo pela metade. Nunca encerrarei algo da forma correta pois gosto das coisas pela metade ao mesmo tempo em que isso me devora por dentro. Enquanto sempre vai pairar aquela dúvida no ar, por dentro isso estará me corroendo. E por isso me manterei pela metade. Pois a minha outra metade estará corroída.
Eu não sei o que são ciclos, não sei agir com mudanças. Por isso me manterei assim: pelo meio.

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