Enquanto crianças corremos por diversão. Corremos com intuito de ver até onde aguentamos, até onde vamos.
Quando adultos corremos com o intuito de ver até onde podemos escapar das coisas de nossa vida. Corremos por medo de assumir compromissos que achamos não ter competência para assumir. Não queremos ou não aceitamos o compromisso de lidar com um coração que não é nosso, ou de um coração que podemos quebrar. Fugimos da responsabilidade de que é crescer. Corremos da maturidade ao não aceitar que a juventude um dia acaba. E mesmo ela acabando, nós continuamos a ser crianças eternas. Corremos de tudo aquilo que nos assusta. Corremos e nos mudamos de tudo aquilo que não nos adaptamos.
Corremos, pois é mais fácil correr do que parar e aceitar os fatos e enfrentá-los de frente. Corremos por necessidade, por natureza, por vontade, por preguiça, por medo ou simplesmente pois estamos no modo automático, afinal, fizemos isso durante nossas vidas inteiras. Nós temos tudo que é preciso e ao nosso alcance. Não é preciso sofrimento, afinal, ele é opcional. Não enfrentamos nada, apenas a grande verdade que é que corremos de todos os acontecimentos que ocorrem durante as nossas vidas. Nós não temos tempo para decisões. Não temos certeza para decidir e não decidimos por tudo aquilo que já aconteceu um dia e pode se repetir. Deixamos de viver para correr, não aproveitando as estações. Nos negamos a abrir aos olhos, pois uma vez abertos, teremos que correr da fulminante verdade que nos persegue a vida toda.
Perseguimos o dinheiro, corremos em busca de uma vida melhor, de uma qualidade de vida melhor com luxo e conforto. E enquanto isso, negligenciamos tudo aquilo que nos acontece ao redor. Eu corro de algo que nunca pode ser negado e não se pode esconder ou escapar, mesmo não sabendo do que se trata. Vivemos procurando caminhos para correr. Corremos pois ninguém enfrenta nada de frente e não queremos contrair. Ao passar de todas as fases vemos que todos estão correndo. Uns correm por correr. Outros correm em diferentes direções. Outros procuram correr para se esconder e outros correm a espera de encontrar algo. Mas não existe nada que possa ser negado: nós corremos a vida inteira de algo que não sabemos
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