Perfil

Minha foto
Projeto de escritor. To sempre de malas prontas pra lugar nenhum por que até hoje não achei casa alguma dentro de mim. (Pra saber mais, clique ali em Quem eu sou, à direita)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Frankie


Frank passou a mão pelo ombro dela. Confortou-a com um abraço e falou: ‘tempos difíceis são assim mesmo, querida’. Ela o chamou de Frankie, relembrando o tempo de namorados de colégio. Frank assentiu e abaixou a cabeça, deixando espaço para o silêncio discursar entre eles.
Não havia o que falar. As lágrimas já tinham rolado e não existia alguma palavra possível para dar a sensação de paz à ela. Ele se sentou ao lado dela e ambos dividiam olhares para o horizonte que ensaiava um tímido sol. Foram minutos, horas ou até dias parados comtemplando o sol se por no vasto céu azul. Não trocavam olhares, apenas pequenos afagos e sempre com as mãos dadas. Mãos tão firmes que pareciam rochas. Tão juntas que algemas invisíveis pareciam prender a mão suave de Laura e a calejada palma de Frank. A liberdade os prendia, ainda que os deixasse soltos para partir, ainda mais em tempos tão difíceis como aqueles.
Quando adolescentes fizeram a promessa de nunca abandonar o outro, e estavam cumprindo isso. Vai ver isso era idiotice, vai ver isso é amor. Não tem como definir, só sei que fidelidade teria uma definição a mais no dicionário depois desse episódio.

Nenhum comentário: